Lenda
Conta uma lenda de Oraniã, filho de Yemanjá apaixonou-se perdidamente pela mãe e com ela pretendia praticar incesto. Apavorada, Yemanjá procurou fugir do assédio do filho até que, Oraniã tentou possui-lá à força. Yemanjá conseguiu fugir, mas sempre perseguida por Oraniã. Cansada de tanto correr, caiu por terra e, seus enormes seios transformaram-se em dois grandes rios que vieram a desembocar no grande mar. Destes dois rios nasceram todos os Orixás.
Outra lenda conta que Yemanjá, irritada com seu filho Oxóssi por tê-la desobedecido e ido viver em algum tempo na mata com seu irmão Ossãe, Yemanjá recebeu Oxóssio com irritação e intransigência. Sentindo-se rejeitado, voltou para a mata e foi viver com Ossãe. Isto causou a revolta de Ogum, irmão de Oxóssi que rebelou-se contra a própria mãe, censurando-lhe o comportamento. Esta briga foi responsável pelo descontrole emocional de Yemanjá que, chorando desesperada desmanchou-se em suas próprias lágrimas e transformou-se num rio que corre para o mar, morrendo de maneira tão passional que se transformou em Orixá.
Arquétipo
Yemanjá é o Orixá feminino de origem iorubá, considerada a mãe de quase todos os Orixás de mesma origem, à exceção de Logunedé. A maternidade das figuras de origem daometanas é atribuída a Nanã.
Seu nome significa “Mãe dos filhos peixes”. Os peixes de Yemanjá parecem relacionados com o embrião, o germe, as potencialidades da água geratriz.
Proporcionar a passagem entre potencialidades e realizações e vice-versa parece constituir uma das funções essenciais de Yemanjá. Sua dança imitando o movimento das ondas, parece refletir o “eterno movimento” no fluxo e refluxo, falando da fluidez, de distribuição, de germinação constantemente renovada, o que também constitui a fartura e a regeneração.
Muitas vezes um filho, para chegar ao pai após ter cometido um erro, procura primeiro a mãe pedindo sua intervenção mediadora. Assim, Yemanjá tornou-se a santa mais devotada, mais procurada e mais invocada no Brasil, até mesmo por pessoas de outras religiões.
